Termos em Bonfire - Controle

Multiple personality.
Foto de Dipqi Ghozali no Unsplash

Comentei no meu Twitter recentemente uma espécie de termologia que há em Bonfire, com isso, tive a ideia de escrever esse artigo para exemplificar e adicionar informações extras sobre o “controle”; um dos, se não o mais importante termo feito para explicar algo nessa história que tanto amamos. Dito isso, vamos lá!

Introdução

Logo de início, gostaria de deixar claro que Bonfire é uma história que foca em um realismo na maioria do tempo, mas que usufrui de artifícios literários e não literários para deixar algo ou alguém mais dinâmico e compreensível para o leitor. Não há e nunca haverá poderes em Bonfire; há pessoas inteligentes, malucas e sortudas, mas nada de poderes. O máximo que você verá em Bonfire vai ser um pouquinho do paranormal, já que é algo mais “real” e próximo do nosso cotidiano; seja um aviso embasada de algo, alegações de fantasmas e outros. Tenha isso em mente e muita coisa vai fazer sentido para você; Akira nunca teria medo de uma janela boba se não pensasse que foi um espírito ou fantasma que o fez ter aquele pesadelo, certo?! Certo!

Transtornos mentais

Assim como disse nos meus Tweets passados e no tópico passado, Bonfire é uma história que tende a ser realista; neste aspecto, transtornos mentais e derivados são coisas que posso me apropriar para criar algo um pouco mais desenvolvido, mas lógico que seguindo regras que foram, e não foram, delimitadas por mim, como, por exemplo: não mudar o transtorno de formas drásticas; não romantizar o transtorno; não o tornar em um super poder, etc.

Dito isso, já fomos introduzidos a dois personagens que tem algum tipo de transtorno mental; todavia, iremos ficar especialmente no nosso querido amigo Mark…

Mark

O Mark é introduzido até que cedo na história, ele aparece como um personagem descontraído que fala o que vem na telha sem ligar para as consequências. Até aí okay, não há nada de errado em ser soltinho do jeito que é, certo? Sim! Mas… o Mark tem sim seu tchã interior… Logo de cara, digo que Mark tem TDAH, e creio que não preciso me estender para explicar o que é, né? Isso é e sempre foi meio óbvio; ele troca de assunto rápido e tem seu ultra foco quando o tema é algum joguinho ou HQ/mangá que gosta. Ele até poderia parar por aí, e desse jeito ser somente a comédia divina deste livro; o caos improvável que tanto amamos, mas… preparei algo para ele deste cedo.

No quarto extra do capítulo dez, Mark aparenta esta se arrumando para a festa do Lucas com um grupo de amigos até então não apresentados; sendo eles, respectivamente, Mahiru, tendo suas falas em negrito, Mark, com as falas em itálico, e Maksin, com a fala em itálico e negrito… Neste capitulo, o “Mark” que conhecemos é o tal de “Marcos” que é chamado logo de início. Com essas informações conseguimos ligar alguns pontos; esses pontos se fortificam e concretizam no fim do capítulo, quando Mark — ou Marco — toma seus comprimidos, tornando-se um só com todas essas “pessoas”.

Essa “fusão” é indicada pela sua frase final, sendo ela completamente mestiça entre todas as outra; um pouco de itálico ali, um pouco de negrito ali e blá blá blá… fusão! É até algo um pouco maluco, mas todas aquelas pessoas eram somente a cabeça louca de Marcos… Em poucas palavras, Marcos estava apenas alucinando o capítulo inteiro.

Controle

Enfim, o termo. “Controle” é o que o nome sugere, e seguindo as explicações passadas fica mais fácil de entender. Digamos que Maksin queira ficar no “controle”; neste caso, ele trocaria de lado com Marcos, ficando então com o total controle do corpo do mesmo. Marcos, por sua vez, viraria apenas mais uma alucinação, e caso Maksin tomasse seus remédios, Marcos e os outros que iriam sumir, enquanto Maksin continuaria no controle até o efeito passar. Isso, inclusive, não se limita somente sobre remédios. Caso a mente de alguém que tenha algumas alucinações que possam tomar controle do seu corpo for “corrompida” por alguma razão — como álcool, drogas e outras coisas — ela já pode correr este risco. Para o Mark, por exemplo, “ver” as alucinações dele, ele PRECISA está consciente e pleno sobre tudo. Se ele estiver bêbedo pode até mesmo alucinar sobre suas alucinações, ou só desmaiar de uma vez. Claro, isso não faz tanto sentido na realidade, contudo, é neste aspecto que “liberdade criativa-literária” se encaixa.

Falando sobre algo mais diferente agora… Este lance do Mark também não é um mar de rosas. Para alguém que tenha um “controle sobre seu controle” como ele não é tão preocupante. O Mark é maluco, em grande resumo, e ele não vê nenhum problema nisso; tanto que seus melhores amigos são sem dúvidas suas próprias alucinações. Mark criou um laço amistoso com elas, tanto que em “Regra de Trés!” ele não vê problema em discutir quem vai ficar no comando naquela noite. Agora, tirando o Mark dessa jogada, temos qualquer outra pessoa que não tenha essa mesma harmonia sobre suas alucinações. Pergunto a você, alguém mentalmente estável que não gosta dessas alucinações tem o poder de fazer elas pararem ou não tornarem o controle a força? Não. Sem discussão, apenas não.

De resto, é isso. Não tem mais o que falar sobre esse tema, afinal se eu fizesse isso estaria estragando muito a experiencia de qualquer leitor que queria ler a obra.

Bom… meu nome é Alan D. Darfin, e a fogueira apaga aqui.